Conversa aberta com Marcelo D'Salete #Anarqueológicas #10
Notícias de itinerários entre imagens, 10ª edição: 28 de setembro de 2020.
Oi, tudo bem?
Nesta quinta-feira, 1º de outubro, acontece mais uma atividade do nosso projeto #Anarqueológicas, com a Conversa aberta com Marcelo D’Salete, a partir de Cumbe e Angola Janga. A transmissão ao vivo acontece no nosso canal do YouTube às 19h:
Sobre o convidado
Marcelo D'Salete (1979) é autor de histórias em quadrinhos, ilustrador e professor. Estudou design gráfico, é graduado e mestre em artes plásticas. Publicou o álbum Cumbe (Veneta, 176 páginas, 2014), que aborda o período colonial e a resistência negra contra a escravidão no Brasil. O livro foi publicado em Portugal, França, Áustria, Itália, Espanha e EUA (Fantagraphics). Cumbe foi selecionado pelo PNLD literário de 2019 para o Ensino Médio, Plano Ler + como recomendação de leitura para escolas de Portugal e premiado no Eisner Awards 2018 na categoria Best U.S. Edition of International Material. Angola Janga - Uma história de Palmares (Veneta, 432 páginas, 2017) trata dos antigos mocambos da Serra da Barriga, mais conhecidos como Quilombo dos Palmares. Angola Janga foi agraciado pelo Prêmio Grampo Ouro 2018, HQMIX 2018, Jabuti 2018 e o Rudolph Dirks Award 2019 (Melhor Roteiro América do Sul). A obra foi selecionada pelo PNLD literário de 2019 para o Ensino Médio. O livro foi publicado também na França, Portugal, Áustria, Espanha, Polônia e EUA. A obra Encruzilhada (Veneta, 160 páginas), relançada em 2016, versa sobre violência, jovens negros e discriminação em grandes cidades.
Sobre a conversa
Além de ser uma ocasião incrível para entrar em contato com D’Salete, que é responsável por algumas das mais importantes obras recentes de histórias em quadrinhos no Brasil e no mundo, a conversa é motivada, em parte, pelo projeto de pesquisa Memórias da escravidão e resistência no cinema e em outros meios: abordagens africanas e afrodiaspóricas, que tem alguns planos de trabalho de iniciação científica dedicados ao contexto brasileiro, embora nenhum deles tenha se concentrado (até o momento) na obra de D’Salete.
É um projeto ainda em andamento e, além disso, situado na passagem entre dois projetos mais abrangentes que propus, um que já foi concluído – Imagem e direitos humanos: consciência da humanidade, memórias de violações e projeções de dignidade no cinema e no audiovisual (2017-2019), cujo relatório já está disponível – e outro que está começando – O paradigma anarquívico e o arquivo colonial-moderno no cinema e no audiovisual (iniciado e sob avaliação das instâncias institucionais pertinentes, por isso não disponível para leitura, por enquanto).
Ainda que não tenha sido estudada mais a fundo, lemos com interesse e consideramos a obra de D’Salete fundamental para reconhecer algumas transformações recentes em relação à compreensão da história e à elaboração do trabalho de memória em torno da escravidão. A relevância da obra de D’Salete para essas transformações se destacou principalmente para dois dos planos já realizados, o de Marina Lordelo, cujo recorte analítico é o cinema brasileiro contemporâneo, e o de Jeferson Ferreira, cujo recorte é o cinema brasileiro moderno. Ambos devem participar da conversa, junto comigo e com o outro coordenador do grupo, Marcelo Costa.
A conversa com D’Salete deve partir, então, do contato com suas duas obras-primas, frequentemente compreendidas em relação ao tema da escravidão (mas é preciso começar já indicando que são ambas irredutíveis a essa temática). Atualmente disponíveis no catálogo da editora Veneta (que está lançando também uma edição do Discurso sobre o colonialismo, de Aimé Césaire, com ilustrações de D’Salete) e amplamente reconhecidas com diversas premiações, além de grande sucesso de público e crítica, Cumbe e Angola Janga têm em comum o fato de abordarem a resistência negra contra a escravidão no Brasil. Em Cumbe, quatro narrativas se encadeiam para compor um mosaico de fabulações, enquanto Angola Janga se concentra sobre a história do Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, então na Capitania de Pernambuco (hoje no estado de Alagoas).
Você já conhece as obras? Veja abaixo alguns dos vídeos do canal do autor no YouTube para relembrar ou para ter uma primeira ideia. Recomendo muito a leitura!
Para relembrar ou começar: Cumbe
Para relembrar ou começar: Angola Janga
Para saber mais sobre o trabalho de D’Salete, acesse seu site. Você também pode seguir o perfil dele no Instagram.
O que ocorreu
Em setembro tivemos duas atividades do projeto #Anarqueológicas: o lançamento do meu livro, Do inimaginável (2019), no dia 2, e a Conversa aberta com Caroline Valansi, no dia 21. Se você não conseguiu assistir, as duas atividades continuam disponíveis. Editei um vídeo novo com o registro completo do lançamento, e a transmissão da conversa com Caroline continua no mesmo endereço:
Abraços!
Marcelo
As derivas anarqueológicas são registros periódicos de parte dos itinerários do que se pode denominar uma arqueologia do sensível. É a newsletter do grupo de pesquisa e estudos Arqueologia do Sensível, criado em abril de 2018 na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e coordenado pelos professores Marcelo R. S. Ribeiro e Marcelo Monteiro Costa.
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